terça-feira, 27 de abril de 2010

Mais tv, menos sono

Crianças sem controlo
Quem tem televisão no quarto dorme menos durante a noite

Nem era preciso um estudo para confirmar aquilo que todos os pais sabem, mas desta vez a coisa está mesmo provada: as crianças que têm televisão ou computador no quarto dormem menos do que as outras.


A investigação foi conduzida pela Universidade de Haifa, que entrevistou 444 alunos com a idade média de 14 anos. A maioria deitava-se por volta das 11 horas e levantava-se às 6.45. Quem tinha computador, deitava-se meia hora mais tarde e levantava-se à mesma hora. Segundo os médicos, uma criança entre 8 e 15 anos precisa de 10 horas de sono: bastante menos do que as 7 que a maioria dorme.

Um quinto das crianças afirmaram ainda que comiam sempre com a televisão ligada, e 70% disseram que o faziam de vez em quando. Só 10% tinham sempre a televisão fechada à hora do jantar.

Ou seja: além de dormirem 'abraçados' ao écran, também comem em cima dele. Demasiada televisão para uma criança corresponde a menos horas de descanso, menos atenção ao que come, mais irritação, menos concentração escolar. E se pensarmos bem, não é difícil reduzir em meia hora o tempo em que estão ao computador, e desligar a televisão pelo menos enquanto se está à mesa.


Fonte: Activa.pt

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Menos TV, mais Internet

Uma investigação de 2008, notícias retirada do Portal de Educação, revela que os pais estão preocupados com o tempo que os filhos passam na Internet e que cerca de 67% dos jovens portugueses, dos 12 aos 18 anos, admitem que não sabem passar sem telemóvel.

A televisão passou para segundo plano, a Internet conquistou terreno e viver sem telemóvel seria quase impossível. A tese de doutoramento "Audiências dos 12 aos 18 anos no contexto da convergência dos media em Portugal: emergência de uma cultura participativa?", da investigadora Célia Quico da Universidade Lusófona, tenta compreender os principais usos dos media e tecnologias de informação (TIC). O trabalho é constituído por quatro estudos empíricos: um etnográfico, realizado em casa de 10 famílias com uma amostra de 33 participantes, um inquérito quantitativo com uma amostra de 962 jovens dos 12 aos 18 anos; um estudo de avaliação de um formato piloto de media participativo junto de 77 jovens dos 12 aos 20 anos, e um caso de estudo de uma iniciativa no âmbito da literacia dos media digitais.

A questão é polémica. O uso das novas tecnologias pode significar um maior isolamento social dos jovens? "Julgo que as tecnologias como a Internet e as comunicações móveis são sobretudo potenciadoras da sociabilidade dos jovens dos 12 aos 18 anos e não tanto potenciadores do seu isolamento social. Porém, tal não significa que não haja jovens que se fixem de modo intenso em determinadas tecnologias e que dessa fixação resulte como que uma erosão das suas relações sociais", adianta Célia Quico. "Há que ter em consideração que nestas faixas etárias as principais actividades realizadas através da Internet são de comunicação, com o uso do MSN e a rede social online Hi5 no topo", acrescenta.

Conversar através de programas de mensagens instantâneas foi a prática mais frequente do conjunto de actividades listadas no inquérito quantitativo, com um total de 65,8% dos jovens a afirmarem usar programas como o MSN pelo menos um dia por semana. Participar em sites de redes sociais como o Hi5 é uma prática desenvolvida com frequência por um total de 57,3% dos jovens que responderam ao inquérito quantitativo: 19,7% todos os dias, 19,2% três a seis dias por semana, 18,4% um a dois dias por semana em média.

Há conclusões a reter. "No caso particular dos usos da televisão por parte dos jovens dos 12 aos 18 anos, no estudo etnográfico verifiquei que se assiste à diminuição da importância da televisão na dieta de media dos mais jovens, não só porque a maior parte dos jovens participantes neste estudo actualmente já recorrem ao uso do computador e Internet como forma preferencial de ocupação do tempo livre em casa depois do jantar, como também por projectarem no futuro - daqui a três a cinco anos - verem menos televisão e usarem mais a Internet", refere a investigadora. Os dados apurados no inquérito quantitativo revelam que há uma maior preferência da Internet relativamente à televisão por parte dos jovens. "A opção ?prefiro a televisão à Internet' recolheu um total acumulado de concordância de 20,9% e um total acumulado de discordância na ordem dos 34,1%. De modo semelhante, na opção ?Internet substitui a televisão', 41% dos participantes no inquérito concordaram com esta afirmação, enquanto que 23,2% discordaram com esta frase".
A televisão perde terreno, mas continua a ser um meio importante e significativo no quotidiano da maioria dos jovens. Ver menos e intervir mais? "Os usos que os jovens dão à televisão são diversos. Na minha investigação, a relação entre ver menos e intervir mais acabou por não ser explorada, mas certamente é algo que importa compreender, não sendo descabido que também haja quem seja um heavy-viewer de televisão - mais do que três horas de visionamento diário, de acordo com a definição de Sonia Livingstone - e ainda assim seja participativo nos media e TIC dos mais diversos modos", responde Célia Quico.
A afirmação "não sei passar sem o telemóvel" obteve uma elevada percentagem de concordância: 39% dos jovens responderam concordar completamente com esta afirmação e 28,3% responderam concordar, o que totaliza 67,3% de concordância. Já na afirmação "não sei passar sem a Internet", 24,8% dos participantes no inquérito seleccionaram a opção "concordo completamente" e 32,1% escolheram a opção "concordo", o que totaliza 56,9% de concordância. Finalmente, na frase "não sei passar sem a televisão", 13,1% dos inquiridos responderam concordar completamente e 27,5% responderam concordar, o que dá 40,6% de concordância. "Gostaria de destacar que, do vasto conjunto de resultados apurados, o envio e recepção de SMS está no topo das actividades realizadas via telemóvel dos jovens no inquérito quantitativo sobre usos dos media e TIC, com 83,3% dos participantes a afirmarem que o efectuam pelo menos um dia por semana: 50,8% todos os dias, 15,5% três a seis dias por semana, 17% um a dois dias por semana em média".
Ambivalência em relação à TV
"Os usos dados ao telemóvel vão para além da comunicação por texto ou voz: destaca-se em primeiro lugar dos resultados do inquérito quantitativo o envio de mensagens de vídeo a outras pessoas através do telemóvel, que 26% dos jovens afirmaram realizar todos os dias e 18,5% efectuam com regularidade (três a seis dias por semana).

Ainda, tirar fotografias com o telemóvel é uma actividade habitual para parte significativa dos participantes no inquérito: 23,2% dos jovens afirmaram que o fazem todos os dias e 20,1% tiram fotos com o telemóvel em média três a seis dias por semana". Outra prática habitual é filmar com o telemóvel: 22% realizam esta actividade todos os dias, enquanto 15% filmam com recurso ao telemóvel com frequência quase diária, ou seja, entre três a seis dias por semana.
E como se comportam os pais em relação ao uso da Internet? "De modo geral, os pais reconhecem a utilidade da Internet como ferramenta de auxílio aos estudos, mas também manifestam alguma preocupação relativamente ao tempo que os seus filhos ocupam com esta tecnologia e o tipo de utilizações que acabam por dar. Assim, a Internet já foi fonte de conflitos em algumas das famílias visitadas, em que os pais definem restrições de acesso à Internet a partir de casa, seja ao especificarem um determinado horário de uso deste meio ou a definirem uma duração máxima diária de acesso". A investigadora realça, por outro lado, "a ambivalência dos pais em relação à televisão".
"Em diversos casos manifestaram desagrado quanto à qualidade e pouca diversidade da programação dos principais canais em sinal aberto, bem como aos horários tardios de exibição de séries e filmes, ainda que sejam espectadores regulares dos noticiários e novelas destes mesmos canais. Por outro lado, a televisão em algumas destas famílias visitadas funciona como um agregador da família, servindo de pano de fundo a conversas e ao convívio".
A pesquisa indica que parte significativa dos jovens já participou como criador de conteúdos em formatos ou iniciativas de media. "Verificou-se que criar conteúdos é uma prática comum entre a maioria dos jovens dos 12 aos 18 anos em Portugal, com destaque para fazer vídeos, tirar fotos e fazer álbuns de fotografias na Internet, bem como criar e manter blogues". Célia Quico destaca alguns dados: 71,2% dos jovens afirmaram já ter feito um vídeo com recurso ao telemóvel e 57,9% utilizaram uma câmara de filmar para o mesmo efeito. "No estudo de avaliação do formato de media participativo, 46 dos participantes afirmaram já ter feito um vídeo com o telemóvel (59,7%) e 35 já recorreram a uma câmara de filmar para fazer um vídeo (45,5%)".
Tirar fotografias e utilizar os perfis em sites de redes sociais e fotologs (álbuns de fotografias online) para partilhar fotos são práticas muito comuns e realizadas com frequência. "Fazer um álbum de fotografias na Internet é uma actividade já executada por 54,4% dos jovens dos 12 aos 18 anos que participaram no inquérito quantitativo; tirar fotografias com o telemóvel é uma prática habitual e frequente, com 70,2% dos jovens a fazê-lo em média pelo menos um dia por semana." No estudo etnográfico, a publicação de fotos no Hi5 e em fotologs foi referida por 11 dos 16 jovens participantes. "Criar e manter blogues são actividades já realizadas por cerca de metade dos jovens dos 12 aos 18 anos: 47,4% dos inquiridos que responderam ao inquérito quantitativo, enquanto que 23,9% responderam ter interesse nesta actividade".

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A maioria das criança passa o dia a ver televisão

Como falei anteriomente do estudo da Deco, deixo aqui a notícia apresentada pela TVI24 onde se resume os resultados do estudo, dando destaque à falta de qualidade das nossas creches e infantários, principalmente no que diz respeito ao número de horas nestas instituições e a forma de ocupação dos tempos livre e educacionais.

Um terço das crianças passa mais de nove horas na creche
Quase um terço das crianças portuguesas passa mais de nove horas por dia nas creches e a esmagadora maioria ocupa parte do tempo a ver televisão em jardins-de-infância, segundo um estudo da DECO divulgado esta quinta-feira.
O inquérito feito a pais de crianças entre um e cinco anos, publicado na revista Proteste, mostra que para a maioria dos progenitores o horário dos estabelecimentos é adequado, embora um em cada cinco deseje que as suas portas fechem mais tarde.
Mesmo com 32 por cento das crianças a passarem mais de nove horas nas creches, há 27 por cento de pais com filhos entre um e dois anos (creches) e 10 por cento com crianças nos jardins-de-infância (entre três e cinco anos) a afirmarem que gostariam que as instituições abrissem ao sábado.
De acordo com o inquérito, feito com base em 2884 questionários, a esmagadora maioria (90 por cento) das crianças entre os três e os cinco anos ocupa parte do seu tempo a ver televisão em jardins-de-infância e para 42 por cento esta rotina é quase diária.
Nas creches, 73 por cento das crianças até aos três anos vêem televisão e tal acontece quase todos os dias para mais de metade, concluiu o estudo da Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores, que fez o inquérito com as congéneres da Bélgica, Itália e Espanha.
Entre os quatro países, Portugal tem a maior percentagem de crianças a ver televisão nas creches.
O período mais frequente de estar em frente ao ecrã prolonga-se até uma hora, apesar de entre 36 e 42 por cento dos inquiridos desconhecer o tempo que os seus descendentes estão a ver televisão.
A larga maioria dos inqueridos está insatisfeita com a oferta de creches e jardins-de-infância, 71 e 56 por cento respectivamente, sendo o Algarve com piores resultados e a zona Centro com maior satisfação das famílias.
Entre as famílias sem filhos em estabelecimentos de ensino, a falta de vagas impediu 39 por cento de os colocar em jardins-de-infância e 14 por cento em creches.
Os que têm crianças a frequentar escolas privadas, com ou sem fins lucrativos, 32 por cento em creches e 39 por cento em jardins-de-infância tentaram inscrevê-los no público, mas sem sucesso.
Segundo a DECO, 80 por cento dos pais fazem a inscrição antes de os filhos começarem a frequentar a escola, em média com cinco meses de antecedência, sendo «raro» o reembolso ou dedução das quantias pagas, que em média atinge 107 e 99 euros por mês em creches e jardins-de-infância, respectivamente.
O inquérito indica também que cerca de duas em cinco famílias com crianças até aos três anos referiram que o encargo com a creche assume uma parcela importante nas finanças, gastando um valor de referência mensal de 150 euros. No jardim-de-infância o montante baixa para os 110 euros por mês.
Um quarto dos inquiridos sem filhos nas escolas não chegou a inscrevê-los por considerar «os preços demasiados elevados».
A região de Lisboa e Vale do Tejo e a zona Norte praticam os preços mais elevados do país, chegando os custos a ultrapassar os 300 euros mensais.
Os pais inquiridos apontam também como falhas o elevado número de crianças até aos três anos na mesma sala e a mudança de educador durante o ano, principalmente nas escolas privadas.

Já pensou em tudo isto, e o seu filho passa quando tempo por dia em frente à televisão?
 
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